Órgãos doentes serão substituídos por órgãos saudáveis: cientistas chineses se preparam para a imortalidade
Órgãos doentes serão substituídos por órgãos saudáveis: cientistas chineses se preparam para a imortalidade |
Além disso, os aminoácidos em
laboratório podem ser sintetizados em uma substância durável que também é
benéfica para o nosso corpo: o vidro.
Marcapasso de movimento perpétuo
Engenheiros da SoutheasternUniversity desenvolveram um material que não é apenas extremamente durável, mas
também biodegradável.
Crucialmente, este implante pode
converter autonomamente energia mecânica em energia elétrica. Esta inovação dos
cientistas de Nanjing poderia ser utilizada na fabricação de dispositivos como
marca-passos ou sistemas de administração de medicamentos, como bombas
subcutâneas de insulina.
De fato, os marca-passos podem ser
implantados em uma pessoa. No entanto, estes implantes, normalmente feitos de
plástico ou metal, são estranhos ao corpo. Alguns implantes devem ser removidos
cirurgicamente depois de cumprirem sua finalidade.
Uma equipe científica de Nanjing,
liderada pelos professores Zhang Hanyue e Xiong Rengen, abordou esta questão:
seu biomaterial, à base de hexafluoropentano, se decompõe naturalmente com o
tempo.
O biomaterial lembra têxteis,
segundo os cientistas. Isso significa que implantes de qualquer formato, desde
stents para substituição vascular até fios gengivais dentais, podem ser
confeccionados a partir dele.
Num artigo de revista, os
cientistas observam que o hexafluoropentano que desenvolveram combina
perfeitamente com o álcool polivinílico, um agente espessante comum. Esta
combinação permite a criação de materiais que variam do sólido ao líquido.
Significativamente, os principais
meios de comunicação estatais na China compararam a invenção médica do
hexafluoropentano à descoberta do efeito piezoelétrico pelos irmãos Curie em
1880.
“Bioglass” de aminoácidos
Cientistas chineses estão
explorando materiais alternativos adequados para implantação no corpo humano.
Por exemplo, bioengenheiros da Academia Chinesa de Ciências desenvolveram um
“vidro de proteína” sintetizado a partir de peptídeos e aminoácidos. Esse
material é transparente, lembrando o vidro convencional, e se biodegrada no
corpo devido à sua composição orgânica.
O processo envolve o aquecimento
do pó num ambiente de gás inerte a temperaturas acima do seu ponto de fusão sem
atingir o limiar de decomposição das moléculas. Após o resfriamento, é
introduzida água, causando a cristalização da substância.
Este “biovidro” é flexível e
forte, permitindo que seja moldado em vários formatos ou utilizado em impressão
3D. Conseqüentemente, possui potencial para a criação de implantes médicos,
como dispositivos projetados para administração precisa de medicamentos.
Além disso, esta inovação chinesa
tem implicações mais amplas: os investigadores prevêem que o “vidro proteico”
poderá substituir o vidro tradicional não só em aplicações médicas, mas também
em várias indústrias.
Anualmente, a indústria global
gera cerca de 40 milhões de toneladas de vidro. Embora o vidro seja
teoricamente reciclável, na realidade, menos de um terço é realmente reciclado.
O restante é descartado em aterros sanitários, onde se acumula amplamente devido
à sua durabilidade.
Cientistas de todo o mundo têm
procurado métodos para criar materiais transparentes mais ecológicos, como a
madeira. O “vidro proteico”, que se decompõe naturalmente entre 3 semanas a 7
meses com base na composição de aminoácidos e peptídeos, é um desenvolvimento
promissor. Esta inovação não só tem potencial para curar as pessoas, mas também
para proteger o ambiente.
No entanto, estas não são as
únicas conquistas dos implantologistas chineses.
Implante de titânio que repele bactérias
Nem todos os biomateriais podem
substituir o titânio, comumente usado em implantes ortopédicos e dentaduras. O
titânio é preferido por sua leveza, resistência e excelente biocompatibilidade.
No entanto, a sua suscetibilidade à colonização bacteriana é uma desvantagem
notável, além do seu custo. O risco de infecção acompanha a implantação.
Os médicos sugerem irradiar
próteses de titânio com lâmpadas ultravioleta.
Alternativamente, cientistas do
Instituto de Nanoenergia e Nanossistemas de Pequim, do Instituto de Tecnologia
Avançada de Shenzhen e da City University propõem a aplicação de uma pequena
corrente elétrica à prótese de titânio.
Um esforço colaborativo destas
três instituições revelou um princípio simples: o titânio pode adquirir
propriedades antibacterianas quando sujeito a uma corrente elétrica externa.
Este tratamento preserva a biocompatibilidade e resistência do material.
O investigador Feng Hongqing observa que a utilização de corrente elétrica é mais viável em ambientes clínicos do que lâmpadas UV, indicando que esta inovação chinesa poderá em breve ser integrada nas práticas de implantologia.